POLÍTICA LOCAL: PMDB ensaia acordo com PT e ex-prefeito João Barros. PSB se aproxima do PSC e Nanicos buscam sua sobrevivência política.
POLÍTICA LOCAL: PMDB ensaia acordo com PT e ex-prefeito João Barros. PSB se aproxima do PSC e Nanicos buscam sua sobrevivência política.
O PMDB, partido que aloja o atual prefeito de Corrente Benigno Ribeiro, deu um passo significativo para encontrar seu rumo na disputa eleitoral do próximo ano. É que grande parte das lideranças políticas do PT estão sendo gradativamente inseridas na administração pública municipal, como secretários, diretores, gerentes, e outros assumindo cargo no legislativo local como Vereadores da base do chefe do executivo, tudo isso claro com o aval dos ‘grandes’ lá da nossa longínqua capital Teresina. Passado quase 03 anos de mandato, percebe-se notadamente que seu propósito é construir uma identidade político-administrativa voltada para obras sociais de boa visibilidade, contado direto com a comunidade e empatia pessoal. Como dizem seus simpatizantes e correligionários: o ‘homem é manso’. Ainda bem!
Embora de público faça jogo de cena, expoentes lideranças do PT como Ninica, Zé Altino, Diego, Oliver Nicolau, Zé Carlos, dentre outros, vislumbram uma aliança política a curto prazo com o PMDB. Já o ex-candidato a prefeito de Corrente pelo PT, por duas ocasiões derrotado nas urnas, Dr. Edílson Nogueira, prefere flutuar pacientemente pela brisa das noticias e oportunidades em tentar viabilizar novamente sua pré-candidatura a prefeito, valorizando a cada dia seu capital eleitoral. Não está nada fácil, pois este tem encontrado agora muita resistência partidária e até mesmo familiar, num verdadeiro ‘fogo amigo eleitoral’. O seu correligionário Profº Hutembergue recentemente no conceituado programa do radialista Adson Jordão (FM Cerrado) lançou-se pré-candidato também a prefeito, respaldado por uma ala significativa do PT e pelo competente trabalho realizado quando esteve a frente da Diretoria Regional da Educação em Corrente. Mandou o recado: vai ter disputa! Dizem, lá no Bar do Jambo, que ele está querendo mesmo é ser vice na chapa do atual prefeito. Nada mal. Mas, vale aqui lembrar o pensamento do advogado e petista histórico Dr. Mússio Duailibi Nogueira: no PT ninguém manda, não tem dono e é um partido complicado. Aguardemo-nos, pois.
O ex-prefeito João Barros, detentor pioneiro do modelo administrativo mais comentado e valorado na cidade até hoje, prefere atuar nos bastidores com cautela, costurando seguramente o melhor caminho para seu grupo político. Diz não ser mais candidato, que quer tão somente colaborar com o crescimento da cidade, mas deixa claro em quem não vota, motivando calorosamente suas razões pessoais e políticas. Nos últimos dias tem, no entanto, mostrado aproximação com a atual administração. Conversas é que não faltam!
Terto (PSB), também ex-prefeito, definitivamente mostra que ainda está vivo. Aliás, muito vivo, porque possui vários cargos na estrutura administrativa estadual. A derrota de sua esposa Srª Diana Paranaguá na última eleição não abalou o seu interesse de voltar indiretamente ao poder municipal, haja vista que está impossibilitado de se candidatar até o presente momento em virtude de ter sido condenado pela justiça. Assim, vem tentando costurar alianças de peso eleitoral quando ensaiou uma reaproximação com o ex-deputado e conselheiro Dr.Jesualdo Cavalcante, mas que até agora, publicamente nada ficou definido sua colaboração. Surpreendeu, posteriormente, a comunidade correntina quando mirou seus esforços numa composição com um antigo ‘desafeto político’: o ex-prefeito Dr. Filemon Nogueira (PSC) e seu grupo, reforçado pela presença do atual vice-prefeito Dr. Natan e sua esposa e vereadora Naira Nogueira. E, se não bastasse as alternativas políticas neste novo cenário, cogita ainda lançar dentro desta nova relação de forças PSB/PSC o nome do bem sucedido empresário e seu primo Sr. Ronaldo Fonseca, que conforme este mesmo me disse quando recentemente o interroguei: ‘...ah sim, houve um convite de Filemon e Terto, estou analisando. Fiquei imensamente honrado por saber que existem pesquisas com boa aprovação do meu nome. No entanto, minha política, neste momento, é cuidar das empresas e da saúde dos meus pais". Resta porém saber se a ‘mosca azul’do poder vai encontrar amparo nesta grata novidade.O tempo dirá!
Há por demais ainda uma articulação envolvendo os emergentes na política local, que muitos tratam de nanicos. E esta articulação política, dita terceira via, não se resume em lançar apenas um candidato, mas de estabelecer um bloco competitivo envolvendo pequenos partidos como PV, PDT, DEM, PSD,PTB, PPS, PRB e abrir espaço para a renovação política, através de idéias amplas discutidas democraticamente na sociedade - é o que lucidamente propalam seus agentes políticos pelos quatro cantos da cidade. Interessante e saudável ver o esforço do agropecuarista e professor Nizomar Rocha Barros (PV) - que obteve só em Corrente 1.600 votos para deputado estadual no último pleito eleitoral, do empresário e vereador Rivelino (PTB) - mais votado, com aproximadamente 1.000 votos e do experiente vereador Marcos Dantas (PDT) de abrirem as discussões do processo sucessório rumo a uma maior abrangência de candidatos. A população, democraticamente, agradece!
É lógico que ninguém está disposto a abrir mão das prerrogativas pessoais de disputar a prefeitura, em partido nenhum. Mas a aliança que se forma em torno do atual mandatário do município é uma prova de que todo mundo sabe exatamente o que os adversários estão fazendo neste jogo político.
Se de um lado o prefeito Ribeiro (PMDB) articula o grupo que vai referendar inegavelmente seu nome, e busca construir em volta dele uma aliança de partidos diversos e competitivos, do outro lado a oposição acordou vorazmente e busca alternativas efetivas para tentar apear o atual mandatário do poder. Se junta ou se dividida, eis a questão. Mas, o processo sucessório definitivamente já começou e a todo vapor.
Enquanto isso, estamos de olho!
Luciano Martins da Cunha
Advogado e Engº Agrônomo
(Colaborador)